Oficio nº: 181/2011
Data: 28 de setembro de 2011
Serviço: Autorização (faz)
Assunto: Risco de queda e acidentes
Referência: Relatório nº 247/2011 da COMDEC
Ao Exmo. Sr.
JOSIAS GOMES
Prefeito Municipal de Brazópolis/MG
Excelentíssimo Senhor,
Pelo relatório nº 247/2011, datado em 24/09/2011, da COMDEC – Coordenadoria da Defesa Civil de Brazópolis/MG, a pedido dos moradores e da Câmara de Vereadores, após vistoria e análises das Palmeiras Imperiais - Roystonea oleracea plantadas na Avenida Coronel Francisco Braz, foi constatada em regime de urgência a manutenção e possível substituição das referidas árvores.
A parte superior de várias dessas está contaminada com algum tipo de praga danificando a base de sustentação das folhas e caule superior; ressalvando que acontecem periodicamente quedas de folhas (de grande peso) e recentemente, no dia 20 de setembro de 2011 (terça-feira) por volta das 12h40min (meio dia e quarenta) houve queda do penacho inteiro acarretando risco a população e interditando o trânsito, o que se encontra visível e pode ocasionar com mais duas palmeiras.
Após vistoria in loco, no dia 20 de setembro, o CODEMA constatou que o que ocasionou a queda do penacho foi Podridão do olho – Phytophthora spp.
Sabendo-se:
“A podridão do olho também conhecida como podridão do topo, podridão do broto ou podridão de Phytophthora foi descrita inicialmente em 1834 nas Antilhas e ocorre em todo o mundo , podendo causar perdas de até 40%.
(...)
Os sintomas caracterizam-se por murcha e amarelecimento da folha-flecha e das folhas mais novas, enquanto os tecidos do palmito apodrecem, transformando-se numa massa aquosa e fétida. As plantas perdem as folhas jovens, permanecendo na copa apenas as folhas mais velhas. Folhas novas infectadas apresentam, no terço inferior, manchas necróticas, marrons, deprimidas, com 5 a 8 cm de diâmetro. À medida que a doença progride, os tecidos do estipe tornam-se castanho-avermelhados e os pedúnculos florais desintegram-se na sua região basal. Finalmente, ocorre a queda de todas as folhas, ficando o estipe desnudo. (...). Plantas entre 5 e 15 anos são mais suscetíveis ao ataque da doença.
A podridão do olho é causada por diversas espécies de Phytophthora, classe Oomycetes, ordem Peronosporales, família Pythiaceae, sendo P. palmivora a mais comum e a mais importante. Possuem micélio cenocítico, hialino, intercelular, com haustórios. Na superfície das lesões foliares desenvolve-se um micélio estéril e dentro dos tecidos são formados clamidósporos intercalares ou terminais. O patógeno forma ainda esporangióforos que sustentam esporângios. Esporângios de P. palmivora medem aproximadamente 30 x 50 µm e os clamidósporos esféricos têm 37 µm de diâmetro.
P. palmivora sobrevive por mais de 8 semanas em solo e folhas inoculadas, havendo a formação de oósporos. P. palmivora pode sobreviver em outros hospedeiros, pois infecta várias espécies botânicas, entre elas algumas de importância econômica, como cacaueiro (Theobroma cacao), mamoeiro (Carica papaya) e seringueira (Hevea brasiliensis).
O patógeno é disseminado por vento acompanhado de chuva e, provavelmente, por alguns insetos. O local de penetração é a zona de inserção do pecíolo ou do pedúnculo floral. Se a penetração ocorre tardiamente e alcança apenas os tecidos lenhosos, a podridão estaciona e a planta não é destruída. No entanto, se a podridão atingir o meristema a infecção torna-se generalizada. As condições favoráveis à doença são umidade elevada, drenagem deficiente e temperaturas entre 25 e 28°C. A incidência da doença é mais severa 2 a 6 meses após o período de chuvas.
As medidas básicas de controle para a podridão do olho envolvem tratos culturais, como manutenção da cultura no limpo, boa drenagem, espaçamento adequado, não estabelecimento de culturas próximas a lavouras de cacau e mamão e erradicação e queima das plantas infectadas. Recomenda-se, também, o controle químico, com fungicidas como o metalaxyl e injeção de fungicida sistêmico fosetyl Al no estipe, embora isto não seja econômico em plantios comerciais. Fontes de resistência genética ao patógeno não são conhecidas.”[1]
Conforme requerido pela COMDEC, quanto à viabilidade de substituição gradual das árvores danificadas, o CODEMA autoriza a ampliação de 50cm (cinquenta centímetros) de ambos os lados do jardim, visando ampliação da área havendo maior espaço para o crescimento das raízes e solicita a Secretaria Municipal de Obras que toma-se como prioridade a desinfecção do solo, evitando a contaminação com os fungos, e faça se também a manutenção da área a ser ampliada com o plantio de gramíneas, para posterior plantio de outra árvore.
O CODEMA solicita o plantio de árvore de médio porte, preferencialmente IPÊ AMARELO - Tabebuia chrysotricha.
No dia 27 de setembro de 2011, às 20h (vinte horas) houve a reunião ordinária do CONSEP – Conselho de Segurança Preventiva de Brazópolis/MG, nas dependências da Secretaria Municipal de Promoção e Assistência Social, sita à Rua Sebastião Tobias da Rosa, nº 241, bairro Horizonte Azul, Brazoópolis, Minas Gerais, onde uma das pautas foi o corte das palmeiras devido ao risco que oferecem ao transeuntes e automotivos que ali circulam, ressalvando o relatório da COMDEC e a queda que houve no dia 20 de setembro de 2011, por volta das 12h 40min (meio dia e quarenta).
Após apresentação do relatório da COMDEC e discussão sobre tal assunto houve votação para o corte ou não das palmeiras da Avenida Coronel Henrique Braz, tendo por resultado a unanimidade de 13 (treze) votos a favor do corte.
Isto posto, tem o presente à finalidade de comunicar que, de acordo com as suas atribuições pautada pelo estatuto vigente e lei estadual n° 14.309/2002, o CODEMA de Brazópolis AUTORIZA O CORTE DAS PALMEIRAS PELA SECRETARIA MUNICIPAL DE OBRAS de Brazópolis, Minas Gerais; ressalvando o risco que estas oferecem ao transeuntes e automotivos que ali circulam, conforme relatório da COMDEC e solicitação do CONSEP.
Nas coordenadas (GPS – Google Earth):
Início - Manutenção Avenida
Latitude - 22°28'34.22"S
Longitude - 45°36'59.85"O
Elev.: 920m.
Término - Manutenção Avenida
Latitude - 22°28'27.63"S
Longitude - 45°37'4.13"O
Elev.: 901m.
O CODEMA tendo em arquivos todos os dados suficientes pode deliberar sobre a(s) informação(ões) acima citada(s).
Sem mais, deixamos nossos votos de estima e consideração.
Atenciosamente,
Alberto Aparecido Silva Leite
Presidente do CODEMA
Com cópia a COMDEC – Coordenadoria Municipal de Defesa Civil de Brazópolis, Secretaria Municipal de Obras de Brazópolis/MG, Promotoria Pública de Brazópolis/MG, I.E.F. – Instituto Estadual de Florestas de Itajubá/MG e Polícia Militar Ambiental de Paraisópolis/MG.
[1] P. 275-276. Manual de fitopatologia / edição de Hiroshi Kimati ... [et al.] - - 4. Ed. - - São Paulo: Agronômica Ceres, 2005. 2 v. : il. Conteúdo : v. 2 Doenças das plantas cultivadas.