MANEJO DE POMBOS URBANOS
I - APRESENTAÇÃO
Este manual foi elaborado com o objetivo de proporcionar aos profissionais e a população em geral, informações sobre as principais
características dos pombos urbanos, as doenças que transmitem e as formas de controle e manejo de sua população.
Pretende-se que esse material seja uma fonte de consulta rápida e instrumento para auxiliar o relacionamento do homem com os pombos urbanos.
II - QUEM SÃO OS POMBOS URBANOS
O pombo doméstico e o pombo correio são uma variedade do pombo das rochas do mediterrâneo, Columba lívia. São encontrados
no mundo todo, exceto nas regiões polares.
Já eram criados há 5000 anos atrás pelos asiáticos. Chegaram ao Brasil
trazidos por imigrantes portugueses no século XVI como ave doméstica, adaptando-
se muito bem aos grandes centros urbanos, devido a facilidade de encontrar
alimento e abrigo.
Através de seleção genética foram melhorados para várias finalidades; ornamental, compania, trabalho (correio), esporte (distância e velocidade de vôo), alimentação (fonte de proteina).
III - BIOLOGIA
Vivem de 15 a 30 anos na natureza, e somente 3 a 5 anos nas cidades, devido a
doenças provocadas pela alimentação não natural e ao desequilíbrio de sua popu-
lação.
Quando uma população animal cresce desequilibradamente há um controle natural através da transmissão de doenças dentro da colonia.
Formam casais por toda a vida, tendo 5 a 6 ninhadas por ano, cada uma com até 2 filhotes. Os ovos são incubados por 17 a
19 dias e os filhotes tornam –
se adultos entre os 6 e 8 me- ses de idade.
IV - HÁBITOS
Utilizam como abrigo locais altos, como torre de igreja, forro de telhado, topo e beirais de edifícios, vão de instalção de ar condicionado, etc...
Escolhem estes locais estratégicamente, de modo que possam usá-los como abrigo e ponto de observação de sua
vizinhança e da fonte de alimento,
que fica num raio de, no mínimo,
500 m em locais onde há fartura de alimento, como na Cidade de Brazópolis ou até mais de 5 km em áreas rurais.
SUA DIETA ALIMENTAR NATURAL SÃO OS GRÃOS E SEMENTES.
As aves jovens são alimentadas pelos pais com leite do papo e os grãos são introduzidos em tamanhos crescentes.
Podem comer restos de alimentos como arroz crú ou cozido, pão, ração de animais e sobras alimentares no lixo e sementes recém lançadas nas plantações.
Quando na natureza comem também insetos, vermes, frutos e sementes de árvores e plantas.
V - ALIMENTAR POMBOS É UMA ATITUDE ECOLÓGICA? QUAL É A IMPORTÂNCIA DO POMBO NA NATUREZA?
Nas grandes cidades existem muitas pessoas que, diariamente, no mesmo horá-
rio e local, faça sol ou chuva, alimentam com sacos de milho, pão e até mesmo com restos de refeições, centenas de pombos que vivem livremente nas praças e ruas das cidades.
São pessoas que, sem dúvida nenhuma, tem respeito muito grande pelos ani- mais; muitas até se privam de ter uma alimentação completa para poderem ali- mentar essas aves.
Recebendo esse alimento, as aves deixam de buscar na natureza alimentos ade- quados à sua dieta como grãos, frutos e insetos.
As aves, na natureza, tem uma função muito importante de controlar os insetos
e replantar as sementes das plantas que comem. Elas eliminam nas fezes as sementes prontas para germinarem no solo, pois suas próprias fezes as mantém úmidas e adubadas.
A oferta ou escassez de alimentos influencia a reprodução dos pombos. Em
locais onde há fartura de alimentos, ocorre aumento da reprodução e portanto, aumento da população. Se há escassez, a população de pombos se mantém em equilíbrio.
Devido a sua imagem estar ligada a símbolos como paz, amor e religião, e ter sua proteção e livre reprodução garantida pelos próprios moradores das cidades e pelas leis ambientais, sua população vem crescendo e trazendo transtornos ao ambiente
e à saúde pública.
Uma colônia de pombos não controlada pode duplicar de tamanho a cada ano
VI - PROBLEMAS PROVOCADOS POR POMBOS
1- DOENÇAS
OS POMBOS PODEM TRANSMITIR DOENÇAS?
SIM. Algumas doenças podem ser associadas a presença de pombos como:
DOENÇA
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AGENTE
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SINTOMAS
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TRANSMISSÃO
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CRIPTOCOCOSE
HISTOPLASMOSE
ORNITOSE
SALMONELOSE
DERMATITES
ALERGIAS
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FUNGO:
Cryptococus
neoformans
FUNGO:
Histoplasma
apsulatum
Chlamydia
psittaci
BACTÉRIA:
Salmonella sp.
ÁCAROS:
Ornithonyssus sp.
Ambiente
ontaminado
com acúmulo de
fezes de pombos
|
Geralmente se apresenta
como meningite sub-aguda
ou crônica.
Pode apresentar
doença
pulmonar ou não dar sintomas
Pode não
apresentar sintomas
ou causar doença pulmonar,
vômito e
diarréia.
Toxinfecção
alimentar com
sintomas como
vómitos,
diarréia, febre e
dores abdominais.
Erupções e coceira na pele
semelhante às picadas de
insetos.
Pode ocorrer rinites e crises
de bronquite em pessoas
ninhos e sensíveis.
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Ao aspirar poeira gerada pelas fezes
secas de pombos e canários
principalmente
Ao aspirar
esporos do
fungo
. encontrado
em acúmulo de fezes
secas de pombos ou morcegos.
Ao aspirar
poeira gerada
pelas fezes
ou secreções de aves doentes.
Ingestão de
carne e
ovos
contaminados
com fezes animais ou humanas
ou alimentos mal lavados.
Parasitose acidental pelo ácaro
(piolho de pombo)
Ao aspirar o ar de ambientes com
fezes e ninhos de pombos.
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A TOXOPLASMOSE PODE SER TRANSMITIDA POR POMBOS?
O GATO É O PRINCIPAL TRANSMISSOR DA TOXOPLASMOSE
O gato elimina o protozoário causador da toxoplasmose pelas suas fezes e contamina o solo e consequentemente as plantas , aves e mamíferos que vivem neste ambiente.
Todas as aves e mamíferos podem estar infectados com o cisto do protozoário toxoplasma que se fixa na sua carne.
A transmissão da toxoplasmose ocorre ao comermos carne crua ou mal passada
de qualquer ave ou mamífero infectada com cistos de Toxoplasma sp, e ao ingerirmos verduras contaminadas com as fezes dos gatos.
Portanto é muito pouco provável que alguém adquira a toxoplasmose do pombo pois, atualmente não temos o hábito de comer pombos, apesar desta ave ter
sido introduzida no Brasil como ave doméstica para servir de alimento. Se
isto ocorrer, em criações domésticas, deve-se indicar o cozimentro demorado,
como para qualquer tipo de carne.
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também podem provocar danos materiais.
¾ Suas fezes ácidas além de sujar, danificam pinturas, superfícies metálicas, fachadas e monumentos.
¾ Cada pombo produz cerca de 2,5 kg de fezes ao ano.
¾ Provocam entupimento de calhas e
apodrecimento de forros de madeira, pelo acúmulo de ninhos e fezes.
¾ Podem contaminar grãos e alimentos, em silos e indústrias.
¾ Em locais onde os pombos são alimentados, ocorre proliferação de ratos, baratas e moscas devido às sobras de alimentos que ficam no chão e às fezes que atraem moscas.
CUIDADOS GERAIS:
Para evitar as doenças transmitidas por pombos, basta não deixar que suas fezes
se acumulem .
NÃO DEIXAR ACUMULAR FEZES DE POMBOS
Se encontrar fezes acumuladas, retira-las somente após umedecer com solução desinfetante.
PROCEDIMENTOS PARA LIMPEZA DE LOCAIS COM FEZES DE POMBOS
PROTEGER O NARIZ E A BOCA com máscara ou pano úmido e utilizar luvas, quando for fazer
a limpeza de locais onde estejam acumuladas fezes e ninhos de pombos
ANTES E DEPOIS DA LIMPEZA: Umedecer
bem as fezes com solução desinfetante a base de cloro (água sanitária diluída em água em partes iguais) ou quaternário de amônia em solução a 50%.
IMPEDIR o acesso e entrada das aves nas construções fechando os locais com tela ou alvenaria, após a desinfecção e limpeza do local.
PROTEGER alimentos e
água do acesso das aves
e suas fezes.
VII - . MÉTODOS DE MANEJO DA POPULAÇÃO DE POMBOS
O manejo da população de pombos visa reduzir de maneira gradual a população de um local, através da redução de abrigo e fontes de alimentação.
Toda atividade desenvolvida deve ser cuidadosamente planejada, para evitar a
morte das aves ou seu sofrimento, obedecendo os artigos 29 a 32 da Lei
Federal no. 9.605 de fevereiro de 1998 è proibido usar iscas envenenadas, é crime de crueldade com os animais e muito perigoso para crianças, outros animais e para o meio ambiente.
1. CONTROLE DA ALIMENTAÇÃO
Não alimentar os pombos para que eles tenham sua função na natureza e sua população permaneça controlada.
Recolher sobras de alimentos de animais domésticos, aves de gaiola e criações, para não atrair pombos ou ratos e baratas.
Reduzir gradualmente a comida fornecida aos pombos, seguindo o exemplo da tabela a seguir:
ORIENTAÇÃO PARA O CONTROLE DE POMBOS ATRAVÉS DA REDUÇÃO GRADUAL DA ALIMENTAÇÃO
Para que haja uma melhor readaptação das aves no meio ambiente, sugerimos o seguinte esquema:
Verificar a quantidade total de alimento fornecido às aves.
Diminuir metade da quantidade total de ração semanalmente até a suspensão
total.
EXEMPLOS: Se hoje você estiver fornecendo aos pombos 10 kg de alimento,
poderá diminuir:
REDUÇÃO EM TEMPO RAÇÃO TOTAL 10 Kg
Na 1ª semana para 5,0 kg Na 2ª semana para 2,5 kg Na 3ª semana para 1,0 kg
Na
4ª semana Parando totalmente
o fornecimento de alimento
Desta forma as aves reaprenderão a procurar alimento por conta própria, migrando
gradativamente para outras regiões, sem prejuízo à sua saúde e bem estar.
2 CONTROLE DO ABRIGO
Instalação de tela ou alvenaria nos vãos dos telhados para impedir a entrada dos pombos.
calheta
vã o aberto
vã o vedado
ve da ção b em re nt e ao
su port e
|
vã o ve da do
incorreta
Esticar fio de nylon ou arame nos locais
-Col ocar fio de nylon nos beirais a
10cm de altura
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floreiras, numa altura de 10 cm de altura do local de pouso.Se o beiral for largo
,esticar outros fios a cada 3 cm.
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vão para ar condicionado
Utilização de objetos ponteagudos (espículas metálicas e plásticas), para evitar que as aves pousem ou façam ninhos.
Aplicação de substancias pegajosas (gel repelente/graxas ) em camada fina para que o pombo evite o local .
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Objetos brilhantes e com movimento como festão de natal, bandeirólas, móbilis de
CD, e manequins de predadores (gavião, coruja), assustam as aves e as afastam do local por algum
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Produtos com odores fortes como creolina, naftalina ou formalina também afastam as aves por algum tempo.
Profissionais que participaram da elaboração desta cartilha:
Coordenadora:
Eunice Santos Martini Parodi – médica veterinária - Centro de Controle de Zoonoses de São
Paulo
Colaboradores:
Alexandre Visockas –biólogo/Centro de Controle de Zoonosese/Sta Bárbara D’Oeste Cristiano Silva Souza – ajudante sanitário /Centro de Controle de Zoonoses/Santos Eduardo Quirino dos Santos – engenheiro/SEMPLA
Hildebrando Montenegro-biólogo/Centro de Controle de Zoonoses/São Paulo
Maria Cecília Veiga – médica veterinária/Núcleo Reg. Zoonoses /Pinheiros/São Paulo
Mônica Geraes Duran – engenheira civil/FDE
Osleny Viaro – educadora /Centro de Controle de Zoonoses/ São Paulo
Paulo José Mancuso– médico veterinário /Centro de Controle de Zoonoses / Hortolândia
Paulo Roberto Correa – engenheiro agrônomo /Vitex
Rosiani K. Bonini- médica veterinária/Centro de Controle de Zoonoses/São Paulo
Sueli Sodré Manzano - desenhista /Centro de Controle de Zoonoses/São Paulo
Vânia Fátima Plaza Nunes– médica veterinária - Secretaria de Saúde/Jundiaí
Wilson José da Guarda– médico veterinário/Centro de Controle de Zoonoses/Sta Bárbara
D’Oeste
Distribuição
neste município
PREFEITURA MUNICIPAL
PROJETO CURUPIRA
CODEMA
VIGILANCIA SANITARIA